OTHONIEL MENEZES: O PRÍNCIPE DOS POETAS
NORTE-RIO-GRANDENSES
AUTOR(A): NÉLIO SILVEIRA
DIAS JÚNIOR
Data:
29/08/2021
Othoniel, um
dos mais inspirados poetas do Rio Grande do Norte, nasceu em Natal, em
10/3/1895. Foi jornalista, escrevendo em vários jornais do Estado. Nos
periódicos, publicou inúmeros sonetos. Escreveu quatro livros: Gérmen (1918),
Jardim Tropical (1923), Sertão de Espinho e Flor (1952) e a Canção da Montanha
(1955).
Sua
popularidade aumentou com a composição da poesia “Serenata do Pescador,”
popularmente chamada de “Praieira”, escrita para saudar os pescadores
natalenses que, em três barcos à vela, viajaram de Natal ao Rio de Janeiro,
para as comemorações do Centenário da Independência do Brasil, em 1922.
Essa poesia
foi musicada por Eduardo Medeiros, tornando-se o verdadeiro hino da cidade do
Natal. A canção do povo potiguar embalou muitos amores e foi tocada em vários
cantos e recantos da cidade.
Eis a primeira
e a última estrofe de Praeira:
“Praieira
dos meus amores,
Encanto do
meu olhar!
Quero
contar-te os rigores
Sofridos a
pensar
Em ti sobre
o alto mar…
Ai! Não
sabes que saudade
Padece o
nauta ao partir,
Sentindo na
imensidade,
O seu batel
fugir,
Incerto do
porvir”.
…
Praieira do
meu pecado,
Morena flor,
não te escondas,
Quero, ao
sussurro das ondas
Do Potengi
amado,
Dormir
sempre ao teu lado…
Depois de
haver dominado
O mar
profundo e bravio,
À margem
verde do rio
Serei teu
pescador,
Ó pérola do
amor!
Titó – como
chamava Câmara Cascudo, carinhosamente, Othoniel Menezes – era autodidata,
escrevia e lia em francês e em inglês, fiel à paisagem parnasiana e à linguagem
alta e nobre. Nenhuma vaidade ou acidez de orgulho. Tinha o segredo da estrofe
musical, a riqueza contagiante da melodia clara, o vocabulário rico e plástico,
a imagem original e poderosa. Assim descreveu o seu grande amigo Cascudo no
livro: “Gente Viva”.
Poeta,
comprometido com suas raízes, sua terra, sua paisagem, entrou para a Academia
Norte-rio-grandense de Letras, em 1958.
No Rio de
Janeiro, Othoniel faleceu em 19/4/ 1969.
O poeta, com
vasta cultura literária, foi homenageado, merecidamente, pelo Governo do Rio
Grande do Norte com o busto colocado no Palácio da Cultura (antigo Palácio Potengi).
A obra de
Othoniel, ainda, permanece viva, graças ao seu filho, Laélio Ferreira de Melo,
ao lançar em 2011, pela Editora UNA, o livro: “Othoniel Menezes – Obra
reunida”.
Apesar de
ter sido promotor público interino em Macau, no início da fase adulta, não
seguiu a carreira jurídica, profissão exercida por seu irmão, Francisco Menezes
de Melo, na condição de juiz de direito, que honrou a Magistratura do Rio
Grande do Norte.
FONTE – SILVEIRA ADVOCACIA
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